O dia que Shaquille O’Neal ficou pistola da vida com Kobe Bryant

Na caminhada rumo ao tricampeonato da NBA em 2002, Kobe Bryant introduziu uma forma única de homenagear lendas do esporte antes de cada jogo. A decisão de Bryant de aparecer trajando jerseys de figuras icônicas em cada partida chamou a atenção, sendo uma jornada pessoal de reverência e também uma declaração ousada de suas próprias aspirações legado.

Essa saga começou no Jogo 1 contra os New Jersey Nets, onde Bryant optou por homenagear Joe Namath, o carismático quarterback do New York Jets, conhecido por sua confiança inabalável. Este momento memorável de Namath, prometendo uma vitória no Super Bowl III contra todas as expectativas, encontrou um paralelo no desempenho de Kobe, que contribuiu com 22 pontos e seis assistências, liderando o Los Angeles Lakers à vitória.

A escolha do jersey de Namath não foi aleatória, mas um símbolo da confiança feroz que Kobe desejava emular na quadra. No Jogo 2, o tributo de Bryant se voltou para o beisebol, escolhendo a jersey do inestimável Jackie Robinson.

Ao vestir a camisa dos Brooklyn Dodgers, Kobe prestou homenagem ao homem que quebrou as barreiras raciais da Major League Baseball. A resiliência de Robinson diante da adversidade refletiu-se na determinação de Kobe, que acabou o jogo com 24 pontos e oito rebotes, contribuindo para uma vitória decisiva para os Lakers.

Por Que Kobe Bryant Escolheu Homenagear Essas Lendas?

Ao se aventurar no território do hóquei no Jogo 3, Kobe optou por uma jersey de Wayne Gretzky, frequentemente celebrado como o maior jogador de hóquei de todos os tempos. Este tributo não foi menor em significado, pois Bryant brilhou com 36 pontos e seis rebotes, um aceno apropriado para a grandeza de Gretzky dentro e fora do gelo.

O clímax dessas homenagens surgiu no Jogo 4, quando Bryant apareceu ostentando uma jersey do Chicago Bulls de Michael Jordan, simbolizando abertamente seu desejo de ser entalhado na memória do basquete como um dos grandes. A vitória dos Lakers selou o tributo, com Kobe celebrando com um charuto, uma imagem que evocaria em muitos a própria maneira de Jordan comemorar suas conquistas.

O Desacordo de Shaquille O’Neal

Contudo, a homenagem destacou uma controvérsia inesperada entre Bryant e o então companheiro de equipe, Shaquille O’Neal. O desconforto de O’Neal residia não na figura de Jordan, mas na crença de que Bryant já havia se estabelecido o suficiente para ser visto como uma lenda por direito próprio. “É hora de tirar essa jersey e vestir a sua própria”, aconselhou O’Neal, ao que Kobe, saboreando um charuto, respondeu: “Já era hora, né?”.

A jornada de Kobe Bryant durante os finais da NBA de 2002 não foi apenas um desfile de moda; foi um testemunho do respeito e admiração que ele tinha pelas lendas esportivas que pavimentaram o caminho para estrelas como ele. Ao homenagear esses ícones, Kobe não apenas reconheceu suas conquistas, mas também sinalizou sua própria busca para se juntar às fileiras desses gigantes no esporte.