Flamengo pode melar acordo entre todos os times do Brasileirão

O futebol brasileiro vive um momento decisivo nos bastidores. Além da possível criação do novo fair-play financeiro, os clubes se movimentam para negociar uma liga única para o Brasil.

Após meses de aproximação e negociações conjuntas, os grupos Libra e Liga Forte União (LFU) finalizaram um Memorando de Entendimento (MOU), que funciona como um pré-acordo para a criação de uma liga única responsável pela organização do Campeonato Brasileiro.

O documento, já distribuído a todos os clubes, estabelece regras sobre governança, estruturação legal e, principalmente, diretrizes comerciais ligadas aos direitos de transmissão e publicidade, válidas a partir de 2030.

Futebol brasileiro negocia por nova liga; Flamengo recua

A proposta da nova liga é centralizar a negociação de ativos comerciais, como direitos de TV, placas publicitárias e ações em redes sociais, seguindo uma distribuição de receitas baseada nos modelos já praticados por Libra e LFU.

A fórmula proposta prevê divisão igualitária combinada com critérios de audiência e desempenho esportivo.

Embora os detalhes ainda estejam em construção, o compromisso de negociação coletiva já está definido no MOU como vinculativo, ou seja, obrigando os clubes a respeitarem os termos a partir do novo ciclo comercial.

Apesar de apoiar a criação da liga, o Flamengo resiste à assinatura do pré-acordo.

Clubes se chateiam com postura do rubro-negro

O clube carioca discorda da inclusão imediata de questões comerciais no documento, alegando que, por deter receitas significativamente superiores em publicidade e transmissão, sairá prejudicado com a divisão igualitária.

O projeto da FlaTV, por exemplo, também seria impactado, já que os direitos comerciais incluiriam todas as propriedades vinculadas às partidas. A diretoria defende que temas financeiros sejam discutidos separadamente, em um estágio posterior da criação da liga.

Essa posição do Flamengo tem causado desconforto entre outras agremiações, especialmente porque há uma aceitação majoritária entre os clubes quanto aos termos atuais do MOU.

A proposta será debatida em reuniões internas nas próximas semanas e, caso aprovada, poderá representar um passo histórico rumo à autonomia da elite do futebol nacional.