Meia foi preso em flagrante e Santos é comunicado sobre o ocorrido

Sem espaço no Santos, Miguelito foi emprestado ao América-MG para a disputa da segunda divisão nacional. Apesar da nova oportunidade dada, o boliviano foi projetado à prisão após protagonizar cena de racismo na sexta rodada da Série B. Diante da derrota por 1 a 0, o meia-atacante proferiu injurias raciais a Allano, jogador do Operário.

Ainda dentro de campo, o ponta alvinegro se dirigiu ao árbitro da partida para relatar o ocorrido. Embora nenhuma punição tenha sido imposta nas quatro linhas, a justiça foi feita após Allano registrar um Boletim de Ocorrência. Sobretudo, o jogador que pertence ao Santos foi preso em flagrante após disparar a seguinte frase: “Preto do C*ralh”.

Diante da grave acusação, as investigações permanecem em curso, com Miguelito enclausurado até que o caso seja concluído. Embora a CBF não tenha se posicionado sobre o caso, os 12 minutos de paralisação na partida entre Operário e América-MG levantaram o questionamento sobre a falta de punição aos infratores.

Enquanto a entidade máxima do futebol brasileira fechou os olhos em relação ao caso, o Operário tornou público o desentendimento presente no campo. Mostrando todo o seu comprometimento em contribuir socialmente, o alvinegro se colocou integralmente à disposição para auxiliar Allano, que aguarda a liberação das imagens do momento onde a prática de racismo foi evidenciada.

“Allano denunciou para a arbitragem falas racistas do camisa 7 do América-MG. O árbitro Alisson Sidnei Furtado acionou o protocolo de racismo, simbolizado por um X com os braços, e resolveu retornar a partida sem alterações… O Operário Ferroviário irá prestar todo apoio ao jogador Allano e lamenta a continuidade da partida sem modificações, uma vez que o protocolo foi acionado, e está buscando imagens claras que confirmem a alegação”, publicou o clube.

Santos mantém cautela diante do caso

Embora tenha sob posse os direitos federativos de Miguelito, o Santos Futebol Clube optou por adotar o silêncio diante das investigações em andamento. Isso porque os responsáveis pelo caso aguardam os demais depoimentos e imagens comprovando as acusações. Por sua vez, o América-MG emitiu nota se posicionando em favor de seu atleta.

Em longo discurso assinado pelo presidente da instituição, Alencar da Silveira Júnior, o atleta emprestado pelo Santos foi inocentado das acusações. Na concepção do mandatário, todas as provas foram analisadas e nenhuma delas mostrou o boliviano sendo racista com o oponente. No mais, aproveitou a oportunidade para enaltecer a postura do jogador nos bastidores do Verdão.

“Não foi identificada qualquer atitude, gesto ou declaração do jogador que possa, sob qualquer ângulo, ser interpretada como discriminatória. Ao contrário, Miguel Terceros sempre demonstrou conduta ética, respeito e espírito esportivo, sendo amplamente reconhecido no clube por seu profissionalismo e integridade… Repudiamos qualquer tentativa de imputar condutas incompatíveis com esses valores a nossos atletas e colaboradores”, diz parte da nota.