Nem tudo foi festa: Relembre alguns vexames da Seleção americana no basquete
A seleção dos Estados Unidos, considerada a maior potência da história do basquete, gera expectativa entre os fãs da bola laranja com a provável presença das estrelas da NBA nas olimpíadas, em Paris. Mas nem sempre ter estrelas foi sinônimo de medalha de ouro e os “reis” da modalidade já tiveram algumas decepções.
Fiasco na Copa do Mundo de 2002
Em 2002, os Estados Unidos sediaram a Copa do Mundo. Após três conquistas olímpicas consecutivas (1992, 1996 e 2000), juntamente com o título mundial de 1994 e o terceiro lugar em 1998, a seleção americana buscava manter o ciclo vitorioso em solo próprio. No entanto, as coisas não ocorreram conforme o planejado.
Após avançar em segundo lugar no grupo, os americanos foram derrotados pela Argentina por 87 a 80 na segunda fase. Nas quartas de final, a antiga Iugoslávia foi a responsável por eliminá-los, vencendo por 81 a 78. Por fim, a derrota para a Espanha por 81 a 75, culminou com a conquista do sexto lugar pelos Estados Unidos.
Fim de uma era nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004
Em Atenas 2004, os Estados Unidos desembarcaram como atuais tricampeões olímpicos, buscando redimir o fiasco na Copa do Mundo de 2002. O time contava com dois dos últimos três MVP (Jogador Mais Valioso) da NBA: Allen Iverson e Tim Duncan, além dos jovens LeBron James, Dwyane Wade e Carmelo Anthony, no início de suas carreiras.
No entanto, a equipe enfrentou dificuldades desde o início da competição. Na estreia, foram derrotados por Porto Rico por 93 a 72, marcando a primeira derrota olímpica desde que a seleção passou a disputar torneios com jogadores da NBA, em 1992. Na fase de grupos, também perderam para a Lituânia por 94 a 90, avançando com a última vaga.
Na semifinal, os Estados Unidos enfrentaram a Argentina de Luis Scola, Manu Ginobili, Carlos Delfino e Andrés Nocioni, que venceu por 89 a 81. Com a derrota para os argentinos, a seleção americana perdeu a hegemonia de três ouros consecutivos e disputou o terceiro lugar com a Lituânia, conquistando o bronze após vencer por 104 a 96.
Longe do ouro na Copa do Mundo do Japão 2006
Após os contratempos na Copa do Mundo de 2002 e nos Jogos Olímpicos de 2004, os Estados Unidos regressaram com mais força para o Mundial de 2006, no Japão. Sob a orientação do treinador Mike Krzyzewski, vitorioso no basquete universitário, e contando com LeBron James, Dwyane Wade, Carmelo Anthony e Chris Paul mais experientes, os americanos eram considerados favoritos ao título desta vez.
Na fase inicial, os Estados Unidos venceram todos os cinco jogos, incluindo uma vitória por 103 a 58 sobre Senegal. Nas oitavas de final, triunfaram sobre a Austrália por 113 a 73. Nas quartas, a Alemanha foi derrotada por 85 a 65. Contudo, a Grécia fez história nas semifinais ao vencer os americanos por 101 a 95, representando a única derrota de Mike Krzyzewski em 76 jogos oficiais.
Com a derrota para a Grécia, os Estados Unidos disputaram a medalha de bronze contra a Argentina, vencendo por 96 a 81. O ouro ficou com a Espanha, que derrotou a seleção grega por 70 a 47 na final. Apesar da conquista da medalha de bronze, os americanos não conseguiram o ouro no terceiro torneio consecutivo, deixando uma sensação amarga de derrota ao retornarem para casa.
Frustração no Mundial da China
Após conquistar três medalhas de ouro olímpicas e dois títulos mundiais, os Estados Unidos participaram da Copa do Mundo, na China, com ausências notáveis e novidades, incluindo o técnico Gregg Popovich, pentacampeão da NBA com o San Antonio Spurs, que assumiu o cargo no lugar de Mike Krzyzewski, encerrando o ciclo após o ouro na Olimpíada do Rio em 2016.
Diante da falta das principais estrelas, Popovich liderou uma equipe repleta de jovens talentos, como Jayson Tatum, Jaylen Brown e Donovan Mitchell. O armador Kemba Walker era o nome de destaque. Desde a derrota para a Austrália por 98 a 94 em um amistoso preparatório, ficou evidente que os americanos enfrentariam desafios no Mundial.
Na segunda rodada da competição, os Estados Unidos venceram a Turquia na prorrogação, quase perdendo a invencibilidade de 13 anos. Apesar do susto, venceram os três jogos da fase inicial e avançaram na liderança. Na segunda fase, conquistaram duas vitórias, incluindo uma sobre o Brasil, garantindo a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Com a eliminação da Sérvia nas quartas de final, parecia que nenhuma equipe teria capacidade para tirar o título da seleção americana. No entanto, a França quebrou a escrita ao vencer os Estados Unidos por 89 a 79. Com esse revés, os americanos deixaram a China sem medalhas, registrando sua pior campanha na história das Copas do Mundo.