Tudo sobre Virginia e o envolvimento com casa de apostas

A influenciadora digital Virginia Fonseca esteve no centro das atenções nesta terça-feira (13) ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado, que investiga o impacto dos sites de apostas no Brasil. Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, Virginia foi convocada para esclarecer seu envolvimento com campanhas publicitárias de plataformas de apostas online, como a Blaze.

Durante a oitiva, Virginia se recusou a responder qual foi o maior valor que recebeu de casas de apostas, utilizando o direito constitucional de permanecer em silêncio — direito esse garantido por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido de habeas corpus de sua defesa. Apesar disso, ela respondeu a maioria das perguntas ao longo das mais de duas horas de sessão.

Virginia afirmou que todos os valores recebidos foram declarados à Receita Federal e negou qualquer esquema de “cachê da desgraça”, que consistiria em ganhar mais à medida que seguidores perdem dinheiro nas apostas. Ela também negou que sua fortuna tenha sido construída com esse tipo de publicidade:

“Eu já tinha 30 milhões de seguidores quando comecei a divulgar bets. Minha empresa faturou R$ 750 milhões no ano passado. Não fiquei milionária com apostas”, afirmou.

A influenciadora ainda alegou que sempre faz alertas de responsabilidade ao divulgar apostas, ressaltando que menores de idade são proibidos e que se trata de um jogo com riscos reais de perda.

Mesmo com a polêmica, Virginia revelou que ainda mantém contrato com uma casa de apostas, mas disse que está refletindo sobre continuar ou não com esse tipo de parceria:

“Se realmente faz tão mal para a população, por que não proíbem tudo?”, questionou.

Virginia omite ganhos em contratos

A senadora Soraya Thronicke lembrou que, em 2022, ainda não havia regulamentação sobre apostas no Brasil, e mesmo assim Virginia já fazia campanhas. A influenciadora respondeu que sua equipe jurídica baseou-se em uma lei de 2018 que legalizava apostas de quota fixa, mesmo sem regulamentação completa.

Instalada em novembro de 2024, a CPI das Bets apura o impacto das apostas online na vida das famílias brasileiras e investiga possíveis ligações dessas plataformas com lavagem de dinheiro e organizações criminosas. O depoimento de Virginia faz parte do esforço dos parlamentares para entender o papel dos influenciadores na popularização dessas empresas.